Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
Este poema fala-nos sobre o medo, característico das décadas de 30-40 devido à 2ª Guerra Mundial.
A vida cotidiana sofre uma parada repentina e entra num período em que “Provisoriamente não cantaremos o amor”. O poeta sabe que é apenas uma coisa temporária, mas esse medo excede quaisquer limites já que encontrado em toda a gente (mães, sertões, etc).
Para nos dar a dimensão desejada, a palavra medo é usada doze vezes apesar do poema ter apenas onze versos. Drummond, para dar a sensação de que o temor era crescente, emprega o termo de maneira mais densamente repetida a partir do sexto verso.
O poema pertece à segunda fase do modernismo brasileiro. Está estrurado numa única estrofe com onze versos. Não tem rimas ou sílabas métricas. Este formato parece adequado para reforçar a ideia de indefinições no cenário medonho apresentado no texto.
O autor usa a primeira pessoa do plural no poema. Isto pode dever-se a ele não saber quando é que aquele período de medo vai terminar portanto ele quer referir-se a ele e a nós, leitores de qualquer época.
Ao ler este poema, concluímos que Drummond procura sérias transformações sociais e políticas para evitar que a maneira como se estava a viver não se torne uma continuação para o futuro a ponto de nos deixar amarelos e inseguros de medo.
A vida cotidiana sofre uma parada repentina e entra num período em que “Provisoriamente não cantaremos o amor”. O poeta sabe que é apenas uma coisa temporária, mas esse medo excede quaisquer limites já que encontrado em toda a gente (mães, sertões, etc).
Para nos dar a dimensão desejada, a palavra medo é usada doze vezes apesar do poema ter apenas onze versos. Drummond, para dar a sensação de que o temor era crescente, emprega o termo de maneira mais densamente repetida a partir do sexto verso.
O poema pertece à segunda fase do modernismo brasileiro. Está estrurado numa única estrofe com onze versos. Não tem rimas ou sílabas métricas. Este formato parece adequado para reforçar a ideia de indefinições no cenário medonho apresentado no texto.
O autor usa a primeira pessoa do plural no poema. Isto pode dever-se a ele não saber quando é que aquele período de medo vai terminar portanto ele quer referir-se a ele e a nós, leitores de qualquer época.
Ao ler este poema, concluímos que Drummond procura sérias transformações sociais e políticas para evitar que a maneira como se estava a viver não se torne uma continuação para o futuro a ponto de nos deixar amarelos e inseguros de medo.